O panorama da cultura musical pop brasileira depois deles não foi mais o mesmo. Com um pé nas raízes culturais brasileiras e outro no pop-rock contemporâneo, os Novos Baianos abriram uma trilha criativa na MPB dos anos 70.
Desde o surgimento em 1969, no Teatro Vila Velha de Salvador, com o espetáculo Desembarque dos Bichos Depois do Dilúvio e o LP Ferro na Boneca, o grupo demonstrou um consistente talento para assimilar e interpretar de forma autônoma e original os parâmetros estéticos do tropicalismo. Legítimos representantes do modo de pensar e criar tropicalista, os Novos Baianos, incorporaram em sua produção musical uma variada gama de influências rítmicas e poéticas numa leitura bastante particular. Absorveram as influências estéticas e comportamentais do efervescente contexto cultural da época, eletrificaram com seu suingue característico temas que mesclavam a contemporaneidade pop com os traços da cultura tradicional nordestina e inovaram sem perder de vista a riqueza dos ritmos genuinamente brasileiros.
Grupo formado pelo poeta e letrista Luiz Galvão, Moraes Moreira (letras, violão e voz), Paulinho Boca de Cantor (voz), Baby Consuelo (hoje, Baby do Brasil) Jorginho e Pepeu Gomes (guitarra, violão, bandolim e cavaquinho), entre outros integrantes e numerosos agregados, constituiu uma comunidade que repartia o convívio e a criação artística.
Os Novos Baianos, infuenciados pelas fontes do tropicalismo, do rock, da MPB, da bossa nova e do frevo eletrificado, permearam sua música com o espírito atrevido de moleques do Brasil. O próprio nome do grupo sugere uma saudável molecagem com outros expoentes tropicalistas, como Caetano, Gilberto Gil e Tom Zé: "a horda baiana" que assolava a música popular e cena cultural brasileira nos anos 60 e 70.
O segundo LP, Acabou Chorare, de 1972, é um álbum antológico. Nele nota-se um refinamento musical e um lirismo sofisticadamente simples, um trabalho que virou marca no contexto da música pop brasileira. A faixa-título, por exemplo, é uma bossa com a síncope delineada pelo violão e uma letra suave assinada por Galvão e Moraes Moreira.
VÍDEOS DE MÚSICAS ANTOLÓGICAS DOS NOVOS BAIANOS:
[Mistério do planeta], [Preta pretinha], [Acabou chorare], [Samba da minha terra], [Brasil pandeiro], [Na cadência do samba], [Besta é tu], [A menina dança]
17 comentários:
“Acabou chorare, ficou tudo lindo
De manhã cedinho, tudo cá cá cá, na fé fé fé...”
Ô, amo demais Novos Baianos =))) é vício aos meus ouvidos, rs...
Que post mais bonito meu caro! Gostei muito!
Já assistiu o documentário de Solano Ribeiro? Novos Baianos F.C.?
É uma maravilha... só achei curto demais. Queria mais coisas, rs.
Um abraço!
Abordagem espetacular.
Realmente Moraes, Pepeu, Baby, Galvão e Paulinho Boca de Cantor e a trupe, arrebetaram" "Os Novos Baianos" Mataram a pau!
Abraços.
_____
"O café tá servido"
A musicalidade que os "Novos Baianos" transmitem sai por todos seus poros, assim como a tua fluência e clareza ao descrevê-la.
Obrigada a ti e aos "Novos Baianos"!
Bjs.
E a literatura sobre os Novos Baianos? O livro de Galvão ("Anos 70: Novos e Baianos") não é ruim, mas deixa muitas lacunas e comete o erro de, na segunda metade, privilegiar a carreira do bardo juazeirense, em detrimento da do grupo. Foi prometida, já há uns dois anos, uma segunda edição ampliada, mas até agora nada!
Moraes lançou o seu ("A história dos Novos Baianos e outros versos") em poesia, o que é ao mesmo tempo muito bom, pela beleza estética do trabalho, e muito ruim, pela redução das informações ao mínimo possivel.
Que venham mais, e muitos, livros sobre esse grupo seminal para a música brasileira!
Querido,
a segunda parte da carta do 'Bonassi' já está no Reino :)
Abração!
oi Luiz!
Gostoso lembrar dos Novos Baianos. Na minha casa fazíamos festas de finais de semana, ouvindo este grupo animado. Preta Pretinha foi uma música que me deixava adolescente de novo. Um abraço forte com a energia dos Novos Baianos!
Luiz,
Novos Baianos abiram uma década fazendo história...e tomaram o seu devido espaço...as futuras gerações agradeceram...rs
Bela postagem!!
Beijos e bom final de semana!!
Reggina Moon
Visite:
www.versoeprosapoemas.blogspot.com
Bom não sei comentar esse post.
Mas vim te deixar um beijo Luiz.
E agradecer teu carinho lá em casa.
Beijinho.
Fernanda
Fora do contexto.
Exato no ano em que o Chico resolve dar as caras para receber o Prêmio Jabuti, um grupo editorial de peso resolve se retirar do evento por discordar dos critérios de premiação.
A política ainda vai acabar com as letras nesse nosso Brasilzão.
Passando para desejar um Bom Final de Semana!
E sim, Novos Baianos foi um marco. Estão espalhados entre nós até hoje. E eu sou fã de muitos deles.
Bjos.
"refinamento musical e um lirismo sofisticadamente simples"
E o que é o disco "Acabou Chorare" dos Novos Baianos? É genial! E “a menina dança” na voz da Marisa é uma delícia!
Um beijo!
Novos Baianos só em ler este tópico fico arrepiado, eu curtia demais , demais, além da conta quando começava com um sambinha e virava rock era de ficar na histeria, assisti muitos shows deles, lembro de um quando a Baby uma hora no show foi pegar seu bebê para dar de mamar ficou marcado para mim este momento. Todos os álbuns eu tenho..e encontrar um post assim lembrei dos BONS TEMPOS a moça acima Lívia tem razão a Marisa cantando a menina Dança é genial no DVD da Marisa eles aparecem, momento muito sublime do DVD. Sem falar da musica preta pretinha......e Acabou chorare é LINDO. A capa do álbum então é uma viagem ao amanhecer da alma... Salve os Novos baianos! eles fazem parte dos clássicos do século vinte.
Boa noite Luiz.
Amei tua delicadza lá em casa, obrigada.
Beijo.
Fernanda.
Ouvia os novos baianos qdo menina, pelos ouvidos de meu pai e tios...o boca de cantor meu pai dizia que paquerou minha mãe, até hj nem sei se é verdade...hehehe...a Baby, eu passei ouvir em carreira solo na adolescencia, assim tb foi com O Moraes Moreira. A menina dança, samba da minha terra e antológica preta pretinha sempre foram as minhas favoritas...hehehe
bjo ao menino
Erikah
Bom dia Luiz,
Passando pra deixar um beijinho.
Fernanda.
Luiz,
Ou eu já não sei mais como perambular na Blogosfera, depois de longos seis meses, ou todo mundo se desligou dessas salas virtuais.
A última postagem no Carrancas Literárias é realmente de novembro 2010?
Postar um comentário