ESCRITORES

ESCRITORES

Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia...

Hoje, amanheci com muita saudade de minhas origens. Com isso, reproduzi uma das minhas primeiras postagens no blog sobre a região onde nasci no norte da Bahia, a belíssima região são-franciscana.

VÍDEOS: [O ciúme]-Gal e Caetano, [Petrolina-Juazeiro]-Elba e Geraldo Azevedo

Caetano Veloso - O ciúme
Composição: Caetano Veloso

Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: o meu ciúme

O ciúme lançou sua flecha preta e se viu ferido justo
na garganta
Quem nem alegre, nem triste, nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta

Velho Chico, vens de Minas
De onde o oculto do mistério se escondeu
Sei que o levas todo em ti
Não me ensinas
E eu sou só eu só eu só eu

Juazeiro, nem te lembras dessa tarde
Petrolina, nem chegaste a perceber
Mas na voz que canta tudo ainda arde
Tudo é perda, tudo quer buscar, cadê?

Tanta gente canta
Tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira monstruosa
A sombra do ciúme





Veja Belas Imagens: [Juazeiro]-Bahia, [Petrolina]-Pernambuco

Gal Costa - Vaca Profana

Uma verdadeira ode à Espanha, mais específico à Catalunha. Intensa, visceral, regi­stra a ascensão do movimento New Wave [Nova Onda], o cubismo de Picasso, o pianista Thelonius Monk, o arquiteto Antoni Gaudi, a expressão catalã “Orchata de chufa, si us plau” [chufa, por favor], uma bebida muito apreciada na Catalunha, as ramblas [ruelas] de Barcelona, desfila pelos movimentos punks de Londres, atravessa a bolha de Tel Aviv, desaguando nos caretas de Nova York.
Por: Lisieux Bevilaqua,no YouTube.

Esta música é como a maioria das letras de Caetano, dá a impressão que entramos num mundo onírico de devaneios sem sentido, mas como puro símbolo, podemos interpretá-lo da forma que quisermos. Para mim, existem algumas frases que gosto de repetir com um sentido próprio. São elas: 
Primeiro: “Vaca profana põe teus cornos para fora e acima da manada.”

Quando digo isso, estou me referindo a sair do comum, do comportamento “normal”, igual, esperado. Chamo as pessoas para sua particularidade, seu existir só. Ousar se antenar com outra realidade. Cornos são como antenas que nos ligam ao universo, ao todo. Para fora e acima é ser você é ter coragem de sobressair de ser único.
A outra frase famosa dessa música é: “De perto ninguém é normal.”

Muita gente usa essa frase no sentido de que na intimidade vemos as imperfeições do outro, suas manias, medos, taras, seus desvios. Sim, na intimidade nos desnudamos da máscara/fantasia de seres absolutos, sem falhas. Mas o que eu mais gosto nessa frase é que ela dá uma volta na história da música, como se fosse um amadurecimento, um crescimento da pessoa, que passa a música toda desejando o mal para quem ele acha que está errado, julgando quem é careta, mas de repente ele se vê fazendo o mesmo, cometendo erros. Ele vê seu lado obscuro e percebe que a vida é branca e preta, meu bem e meu mal.
Por: Nanda Botelho, em: [Múltiplas Realidades]

Gal Costa interpreta "Vaca Profana" [música de Caetano Veloso], em momento inédito da canção que era apresentada para todo o Brasil. Gal Costa, como sempre: linda, intensa, profana!