Com um olhar político sobre a música, o brasileiro, o Brasil e sobre ele mesmo, Caetano em "O mundo não é chato" confirma seu talento como escritor. Movido pelo vigor da observação, Caetano alia ao ponto de vista pessoal um inequívoco viés crítico e intelectual. Oswald de Andrade, Bob Dylan, Visconti, Pelé, Jimi Hendrix, Gilberto Gil, Glauber, Tom Jobim, Cazuza, Nelson Rodrigues, Fernando Pessoa, Elis Regina, Lorca são apenas alguns dos nomes sobre os quais Caetano emite opinião.
O Caetano prosador, ensaísta, que nas últimas quatro décadas, provocou polêmicas com músicas, comportamentos e opiniões emerge de "O mundo não é chato", uma coletânea de textos organizada por Eucanaã Ferraz que sai pela Companhia das Letras. São artigos e críticas, escritos em diferentes momentos. Uma viagem que começa com os primeiros textos do jovem crítico de cinema dos anos 60 passa pela correspondência gerada no exílio londrino dos anos 70 e chega ao discurso mais recente. É um papo qualquer coisa: da censura ao amor, da estética à política, da sexualidade à manipulação da imprensa.
Eucanaã afirma na apresentação da obra: "A escrita de Caetano impressiona sobretudo por sua visão dos matizes a meio de uma coisa e outra, por sua procura extremada, e nunca concluída, por um ponto em que instalar a palavra, apta a exercer sua razão ética, estética e política".
4 comentários:
Caro, Luiz
este trabalho deve ser primoroso - como tudo que, geralmente, o Veloso concebe, né mesmo?
Ah, parabéns pelo blog!
te sigo!
Cristiano, enquanto tivermos a genialidade de Caetano por perto, o mundo nunca será chato.
Um abraço, e
Seja bem-vindo à egrégora "carrancas literárias"
Luiz, essa coletânea é boa, mas ainda melhor, excelente mesmo, é "Verdade Tropical", livro autobiográfico de Caetano. Caetano está ali inteiro, pleno de idéias, mais claras ou mais barrocas, mas pleno. Já leu?
Márcio, "verdade tropical" foi durante algum tempo, meu livro de cabeceira.
Um abraço
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