Truman Capote, genial escritor norte-americano, publicou seu último livro "Música para Camaleões" no início dos anos 1980. Possuidor de genialidade, sensibilidade e talento literário incomuns, Capote, um mestre da narrativa não ficcional, conseguiu com essa obra literária permanecer por 16 semanas consecutivas na lista dos mais vendidos. O livro é uma coletânea de contos, produzidos em sua grande maioria durante o ano de 1979, quando o autor teve seu último lampejo de criatividade, na qual não se sabe bem, se são voos da imaginação, fabulação ou observação realista dos fatos narrados. O conto que dá nome à coletânea é explêndido. Nele, Truman Capote conhece uma fascinante dama caribenha da Martinica que encanta seus convidados tocando música clássica ao piano para camaleões que vão aos poucos surgindo de todos os lados e posicionando-se no jardim, imóveis, cada qual ocupando seu lugar como se estivessem num concerto.
Nesse livro, radicalizando o projeto do jornalismo literário, livrando-se da envergadura romanesca, do anonimato e da imparcialidade, Truman arrisca-se na exibição plena de si e dos outros em peças ágeis, em que personagens e situações se revelam com limpidez máxima, beirando a ficção, mal importa quem sejam - o próprio Capote, uma velha dama caribenha tocando piano para camaleões, um parceiro beatnik de Charles Mason, um serial killer intelectualizado contra um detetive empedernido no meio-oeste americano, um velório na companhia de Marilyn Monroe. Nas pequenas narrativas de "Música para Camaleões" todos se revelam em exposição máxima, plenos de brilho, horror ou vulnerabilidade.
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