ESCRITORES

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Memórias eróticas de Maria Flora

MEMÓRIAS ERÓTICAS DE MARIA FLORA

"No mundo, só há dois tipos de mulher: as que me amam intensamente e aquelas que ainda não me conhecem" - JUSTINO JATOBÁ

“Olhos no teto, a nudez dentro do quarto; róseo, azul ou violáceo, o quarto é inviolável; o quarto é individual, é um mundo, quarto catedral (. . .); pois entre os objetos que o quarto consagra estão primeiro os objetos do corpo.” – RADUAN NASSAR


Enquanto Justino Jatobá saía para mais um dia de trabalho, Maria Flora seguia seus passos observando-o com profunda admiração. Extasiava-se diante de seu porte físico. À luz do seu olhar, Justino Jatobá possuía a beleza clássica e sedutora de um deus helênico. Maria Flora lembrava vivências de tempos passados, os dois ainda jovens, durante os bailes no Centro Social. Quando Justino Jatobá entrava no salão de festas a presença dele causava glamour e afetação na libido feminina. As mocinhas suspiravam de desejos impudicos, se excitavam desejando o homem mais cobiçado de Riopara. Hoje, após longos anos de convivência ao lado de Justino Jatobá, para ela, fazer amor com ele é como conhecer a essência da natureza divina.

Na primeira vez que sentiu desejos por ele em ressonância límbica, quando deu por si, estava deitada nua com a calcinha numa das mãos e vendo sem compreender o seu sexo emoldurado no espelho, acaricia-o demoradamente com a ponta dos dedos, com mão firme, com delicadeza; o mundo foi rodando, e tudo foi ficando solto, convulso, desconexo; a respiração foi ficando alterada, saindo irregular e acelerada por seus lábios entreabertos, uma onda de excitação cresce, ela se contorce e ergue o quadril em expectativa, e com os olhos sempre cheios de espanto, sente o momento em que o prazer da excitação atinge o máximo de intensidade; seu primeiro orgasmo explode, vem em ondas, ela se contorce entre espasmos de prazer, senta na cama, estica as pernas e continua acariciando seu sexo viscoso, úmido, encharcado que aos poucos se descontrai num refluxo ritmado.

Lembra também de quando se doou por inteiro a Justino Jatobá pela primeira vez. Rememora quando ele decifrou a linguagem do seu corpo apalpando e beijando seus seios, roçando a língua e sugando suas tetas. Enquanto seus mamilos iam ficando cada vez mais duros, ele chupava delicadamente um seio enquanto sua mão ia para o outro e, com o polegar, rodeava a ponta do mamilo fazendo ela gemer e sentir uma sensação de deleite dentro dela; muito excitada ela implorava silenciosamente, agarrando-se com mais força ao lençol enquanto os lábios dele se fechavam em volta do outro mamilo, e, quando ele sugava, quase tinha espasmos sentindo ele explorar os recantos mais íntimos do seu corpo com sentimento e minúcias delicadas. Quando ele acariciou e beijou seu ventre com violento ímpeto de vida, com mãos exímias e seus dedos sábios, dedos errantes que adentraram seu corpo atrás, na frente, em cima, embaixo, entre, ela se entregou a ele, amante impetuoso que soube gozar e explorar a nudez dela enfiando a boca no seu corpo a procura das gemas de sua intimidade escondidas na flor incrustada entre suas pernas que exalava odores, desejos e segredos. E quando ele derramou sobre ela palavras indecentes e a seiva do seu gozo, ela quase perdeu o juízo, sentiu vertigens, de tanto tesão delirou, e ao final, percorreu os contornos de suas pernas, beijou suas coxas e seu sexo, se aninhou no corpo dele feito gata voluptuosa e como um animal querido foi adormecendo calma, serena, e antes de adormecer ainda disse: como a vida é maravilhosa com você nesse mundo; nasci para ser sua mulher, sua fêmea, sua puta, Justino Jatobá.



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