ESCRITORES

ESCRITORES

A lírica profana, iconoclasta e satírica de Gregório de Mattos



Gregório, nada gregário

Como todos os que nasceram no Brasil antes da Independência, "Boca do Inferno" era considerado luso-brasileiro. Filho de influente empreiteiro português, o baiano Gregório de Matos foi procurador, desembargador, tesoureiro da corte, cargos dos quais era destituído por sua verve corrosiva contra a sociedade e a Igreja. 
Apesar do início lírico e até sacro de sua obra, assumiu uma acidez que o tornou poeta iconoclasta, satírico e ofensivo. Condenado pela Inquisição, foi deportado para Angola, onde contraiu uma febre que o levaria à morte quando já repatriado, no Recife. Antes de morrer, padeceu de arrependimento.
Há pendenga entre críticos sobre a tradição na formação de uma literatura nacional como fenômeno de civilização, que excluiria o barroco e, com ele, a perspectiva de Gregório ou de Pe. Antônio Vieira, dada a imaturidade de seu meio, como teorizou Antonio Candido. Acima e ao largo disso, das "representatividades dos sistemas", passa o estilo único de Gregório de Matos, a inquieta pena penada de nosso primeiro grande poeta pairando pia ou ímpia sobre a história da língua portuguesa.
Por: Marcílio Godoi, Revista Língua Portuguesa, Edição-96

Veja também, no site da [Academia Brasileira de Letras], a biografia, bibliografia e textos escolhidos.

Para saber mais sobre a obra de Gregório de Matos, acesse: [www.jornaldepoesia.jor.br/grego.html]

Nenhum comentário: