Brochadas é literal, Jacques Fux conta histórias com aquele jeito de quem, ao falar da vida, faz uma piada. Morre-se de rir enquanto, ao mesmo tempo, fica-se a pensar… Por outro lado, Jacques Fux sabe usar sua erudição para nos deixar confusos. Entendemos logo no começo do livro que a brochada é uma metáfora da vida. Brochar é universal. Brochar faz parte da história e da filosofia, faz parte da literatura e da política. De certo modo, até mulheres brocham, mas isso não invalida a brochada masculina, pois a brochada das mulheres é apenas um jeito de solidarizar-se com aquilo que, nos homens, é da ordem da desgraça. Jacques Fux não poupa o seu narrador/ensaísta das duras análises das personagens/ex-namoradas, aquelas mulheres que foram construídas e desconstruídas no ato mesmo do acerto de contas literário.
Esse conjunto de brochadas antológicas é também um ensaio. Nele há uma confusão boa, um misto de descrição com corajosa reflexão que deixa um leitor feliz tentando descobrir se, o que ele pensava que fosse, era mesmo.
Fux é, afinal, mestre na arte da autorreferencialidade em literatura. Nunca saberemos se é verdade. Ou se é, tão-somente, ficção. A autoficção de Fux neste Brochadas, é mais do que confissão, mais do que autoinvenção, é a coragem divertida que quebra com os nosso preconceitos e faz cada leitor rir de si mesmo por meio do escritor e de seus personagens.
Duvido que alguém broche depois desse livro. Se brochar, será um tremendo prazer.
Por Marcia Tiburi na orelha do livro.
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