Roberto Piva, celebrado como uma das vozes mais originais da poesia paulistana, um dos maiores nomes da poesia contemporânea brasileira, é um poeta até hoje pouquíssimo lido e conhecido pelo público. Sua obra, com caráter ao mesmo tempo de manifesto e transgressão, concentra toda a violência de uma cidade como São Paulo, em uma estrutura de escrita alucinada pelas imagens fortes, pelo erotismo e pela potência quase sagrada e religiosa da experiência do corpo. Em Paranoia, é possível ver uma gama imensa de influências, desde Baudelaire, até mesmo o homem que anda pela cidade, passando pelo contato com a poesia de Mário de Andrade, pela geração beat e pela identificação com o espírito de anjo panfletário do caos de Jorge de Lima.
Roberto Piva frequentemente é classificado como um "poeta maldito" e, de fato, sua poesia evoca muitos poetas que são tradicionalmente considerados malditos, citando-os nominalmente grande parte das vezes. É o caso de Álvares de Azevedo, Antonin Artaud, Arthur Rimbaud, Marquês de Sade, Pier Paolo Pasolini, entre outros. Jorge de Lima também está presente na dicção de Piva, que dedicou a ele o poema "Jorge de Lima, panfletário do Caos", do livro Paranoia.
Há ainda a explícita influência de Murilo Mendes. Sobre ele, Piva diz em seus versos "mestre Murilo Mendes tua poesia são os sapatos de abóboras que eu calço nestes dias de verão". O ponto de ligação que há entre os dois é o tom surrealista que ambos assumem em seus poemas.
Assim, já no contexto das escolas literárias, a obra de Piva evoca experiências do Romantismo, Simbolismo, Surrealismo e da Geração Beat. Figura ao lado de Claudio Willer e Sérgio Lima como um dos únicos poetas brasileiros resenhados pela revista francesa La Bréche - Action Surrealisté, dirigida por André Breton, em sua quinta edição, de fevereiro de 1965. Roberto Piva também é um grande leitor de literatura italiana, especialmente da obra de Dante Alighieri, que estudou com profundidade entre 1959 e 1961 num curso com o Edoardo Bizzarri, então Adido Cultural da Itália, no Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro.
De poetas canônicos, como Fernando Pessoa (Álvaro de Campos), Federico Garcia Lorca e Walt Whitman também recebeu influência. Embora, muitas vezes a sua poesia seja classificada como Poesia marginal, por ter sido incluído na antologia "26 Poetas Hoje", o poeta não teve experiências como as da chamada Geração mimeógrafo, utilizando meios "marginais" de divulgação.
Em seus livros mais recentes, é grande a presença do xamanismo.
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