ESCRITORES

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Elomar - poeta, filósofo e trovador místico da Caatinga





Elomar Figueira Mello, músico e poeta singular, vive no Interior da Bahia compondo suas músicas. Em 1973 gravou um elepê que até hoje não se encontra onde comprar. Foi elogiado por pouquíssimos: continuou ignorado por muitos. Trovador místico, arquiteto criador de bodes, inspirador de Henfil na criação de Francisco Orelhana (o verdadeiro existe e mora lá na Caatinga, às margens do Rio Gavião), e da graúna, Elomar é uma estranha mistura. "Prumodi" compreendê-lo, é preciso viajar 500 e poucos quilômetros, de Salvador até Vitória da Conquista, embrenhar-se com ele numa estradinha de 102 quilômetros, que se percorre de carro, em quatro horas; e, depois andar, mais quilômetro e meio a pé, atravessando na área seca os dois braços do Gavião, vendo os corpos dos cabritinhos mortos ao sol. Tudo isso faz parte do aprendizado. Tudo isso - apenas isso! - explica o homem inquieto, cercado de morte, empenhado em cantar a vida eterna". (Tania Pacheco, setembro/-quase primavera de 1976) Em 1979, quando a atuante Associação Paulista de Críticos de Arte considerou "Na Quadrada das Águas Perdidas" como o melhor disco daquele ano, a surpresa foi grande: afinal, quem era Elomar, o solitário compositor - intérprete das canções rudes, de letras estranhas, exigindo a atenta leitura do texto acompanhando o álbum para conseguir entender as palavras - muitas das quais necessitando de um dicionário para a devida interpretação? A crítica paulista descobria com atraso de seis anos aquilo que alguns poucos brasileiros - entre os quais nos incluímos - já havia percebido em 1973: a força e originalidade do mais importante criador de raízes populares surgido nos anos 70: Elomar Figueira de Mello, baiano de Vitória da Conquista, arquiteto que optou pelo canto da caatinga, pela criação de bodes e por ser apenas um cantador na melhor tradição medieval. ... DAS BARRANCAS DO RIO GAVIÃO - Roberto Sant'Anna, um infatigável Ziegfield tupiniquim, lançador de tantos talentos - do Quinteto Violado em 1971 ao Luís Caldas, atual desbunde baiano com seu "Fricote", foi quem, há 13 anos passados fez com que a música originalíssima de Elomar chegasse ao disco. Convenceu o arisco sertanejo a entrar num estúdio e gravar 12 de suas mais belas canções - de imagens notáveis, enriquecidas por sua sonoridade única. "... Das barrancas do Rio Gavião", título do elepê (Philips/Polygran, reeditado em 1978 - e ainda nas lojas) foi um desbum para quem sabe ver/ouvir o que o Brasil tem de mais belo.
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 23 de março de 1986
TEXTO COMPLETO:
[www.millarch.org/artigo/elomar-o-cantador-da-caatinga]

SITE OFICIAL DO ARTISTA:
[www.elomar.com.br]

6 comentários:

Gisa disse...

Exemplo de vida feita para a música até o final.
Um grande bj querido amigo

Guará Matos disse...

Esse cara é foda!!!
Elomar é demais mesmo!

Abraços.

AyméeLucaSs disse...

Ola,
Voce como sempre nos apresentando talentos... Eu acho maravilhosa as suas homenagens e indicaçoes.
Imagino o quanto deve ser diferente este personagem.
Atraves de seus comentarios, da para ver que quem o conhece gosta muito dele.

Luiz eu vim aqui para dizer que postei parte do capitulo 13... Este capitulo tera a segunda parte que sera a carta... Sera uma pag especial iniciando com a sua escrita...
Resolvi fazer assim porque sera um capitulo maior que os outros e deixando a carta no final eu achei que nao teria tanta visao.
Quando voce ler, podera ver que iniciei a carta e fiz a sua apresentaçao... Entao na continuaçao entra a sua imaginaçao, rsrs(Rimei)
Te agradeço desde ja.Vou te enviar tudo por email nesta semana.
Um beijo carinhoso

Elenir disse...

Luiz!
Esse seu espaço sempre tão atraente e com temas de uma riqueza muito grande valorizando obras e autores tão singulares... Parabens
Beijos

Anônimo disse...

Meu amigo tem um Meme Literário p vc no meu blog
passa lá


Bjo

Anônimo disse...

Olá Luiz.
Post publicado na Teia.
Até mais meu amigo.