ESCRITORES

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O erotismo romântico, refinado, obsceno e até bizarro de "50 versões de amor e prazer"

Esta Coletânea de 50 histórias eróticas vem revelar que erotismo e qualidade literária podem andar juntos. Ao reunir 13 autoras brasileiras de alto nível – algumas delas já veteranas, como Márcia Denser e Cecília Prada, e outras, como Luísa Geisler, de 21 anos, extremamente jovens – esta coletânea fascina por unir esses dois atributos: histórias de altíssima voltagem erótica e plena qualidade artística.
O erotismo que vemos aqui é ora romântico, refinado, implícito, ora obsceno, pervertido, explícito e até bizarro. Reflete de algum modo, e criticamente, nos momentos mais crus, a cultura da pornografia, a indústria do sexo e seus incontáveis produtos.
As autoras são: Állex Leilla, Ana Ferreira, Ana Miranda, Ana Paula Maia, Andréa del Fuego, Cecília Prada, Juliana Frank, Heloisa Seixas, Leila Guenther, Luísa Geisler, Márcia Denser, Marilia Arnaud e Tércia Montenegro.
50 Versões de Amor e Prazer - 50 contos eróticos por 13 autoras brasileiras, organizado por Rinaldo de Fernandes.



'Hot dog', de Állex Leilla, flagra uma mulher no trânsito que de repente se depara com um 'ex-amigo' - e aí lhe ocorrem imagens intensas, de instantes que ela passou com o rapaz; a mulher revive ao volante cenas de sexo bizarro. 'Enquanto seu lobo não vem', de Ana Ferreira, é escrito em forma de carta da mulher para o marido pedófilo. 'A sesta', de Ana Miranda, é um conto que pretende ativar o apetite do leitor ao associar os campos semânticos do sexo e do paladar. 'Perversão', de Ana Paula Maia, é a história de um homem casado cujo prazer erótico está em seduzir outras mulheres e dispensá-las após um jantar romântico, deixando-as arrasadas. Em 'O amante de mamãe', de Andréa del Fuego, a mãe e o pai, as aparências preservadas, optam pela traição; a filha almeja um amante como o da mãe. Cecilia Prada, em 'Insólita flor do sexo' relata as descobertas de uma menina de 13 anos num colégio de freiras.
Luísa Geisler tem apenas 21 anos e é uma das mais recentes revelações da literatura brasileira. “Penugem”, com um narrador-personagem astuto, aparentando não ser o que de fato é (um pedófilo, 'espectador' de sua própria filha), é um conto estupendo. As protagonistas de Márcia Denser – que nos surpreendeu com sua vibrante literatura nos anos 70 – são irônicas, liberadas, permissivas – uma das melhores cenas de sexo de nossa literatura é a do desfecho de “O animal dos motéis”.
Marilia Arnaud é uma contista impiedosa – o premiado 'Senhorita Bruna' é sobre ciúme e vingança (traz uma frenética cena de masturbação), dentre outros contos.

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